03/01/2013

via oral

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Muitas pessoas passam por nossas vidas e precisamos ter o bom senso de saber quem é significante o suficiente para continuar a fazer parte da nossa insignificante existência. Haverá os homens de quem lembraremos o nome, passaremos por outros na rua sem tem a certeza se o conhecemos ou demos para ele, teremos os das boas chupadas, boas metidas, boas piadas, enfim, mas para permanecer é preciso que ele seja instigante e tenha algo a acrescentar.  

Eu olhava aquele homem com uma curiosidade absurda. Ele estava entre as minhas pernas conversando e brincando com o meu clitóris, enquanto analisava toda a minha vagina como que procurando entendê-la. Fiquei esperando o momento em que os dois começariam a bater um papo, discutir cinema, literatura etc. Confesso que estava delirando com o toque, mas uma coisa não saia da minha cabeça: será que ele faz isso para me agradar ou sente prazer em me dar prazer?

Eu indicava algumas coisas que deveriam ser feitas para o processo rolar naturalmente e sem reclamações. Não era preciso falar. Enquanto ele tentava fazer o tímido clitóris sair da toca, eu o olhava, colocava o dedo na boca e imediatamente ele entendia que era preciso lubrificação para deslizar gostoso, não foi necessário repetir a informação, até porque, minutos depois João resolveu usar a língua. Tinha o cuidado de só encostar na bolinha com a ponta da língua e brincava com movimentos variados.

Ele me observava e se mantinha atento a todas as minhas manifestações de prazer, insistindo nos pontos que percebia que o carinho fora eficiente ou me fizera soltar um gemido. Ficamos quase uma hora nesse deleite, eu o olhando, ele brincando com o clitóris e o clitóris com ele. Até pareciam amigos íntimos, tamanha foi a rapidez com que se entenderam.

Quando esse menino resolveu cair de boca de verdade, eu só conseguia dizer, gritar, sussurrar, grunhir:

– NÃO PARA! POR FAVOR, NÃO PARA!

A vontade com que ele chupava os lábios, puxando-os sutilmente, sugando-os, a rapidez com que movia língua e como tinha tesão em fazer aquilo, me excitava ainda mais. Ele passava o nariz e a barba na minha vagina sem se preocupar se ia ficar com cheiro, se ia se lambuzar, ou qualquer outra coisa. A dedicação era intensa e precisa.

Minhas pernas começaram a tremer sem que eu pudesse controlar. Eu estava a beira de um colapso de prazer. O orgasmo ali, na tampa, contido e meu corpo pedia mais e mais. Eu não conseguia respirar, me contorcia de tesão, queria aquele homem dentro de mim a todo custo. O único pensamento que passava pela minha cabeça é que eu precisava dar a ele a melhor transa de toda a sua vida. Não importava mais nada, nem sabia como seria a penetração, eu ia chupá-lo com as minhas entranhas. Ele poderia enfiar em qualquer buraco, pedir qualquer coisa, eu deixava.

“Onde você quer gozar, meu bem? Na boca ou prefere na bunda?”

Como era de se imaginar o orgasmo que senti foi a coisa mais impressionante que já aconteceu comigo em toda a minha humilde existência. Na hora em que o tesão explodiu, senti que meu corpo se desprendia de mim. Parecia que estava flutuando na água, sentia aquela sensação delícia, a cabeça vazia e o corpo aproveitando todo aquele momento de torpor. Talvez seja o que eles intitulam com nirvana.

E o João ali, me observando com um sorriso nos olhos e canto dos lábios e, com certeza, tinha o sentimento de dever muito bem cumprido.  

 
23/10/2011

Obedeça!

A partir de agora você vai fazer tudo o que eu mandar.

Por enquanto fique quieto, apenas leia e se imagine obedecendo às minhas ordens sem p-e-s-t-a-n-e-j-a-r. Confie em mim. Eu gosto de agradar.

Deite-se. Quero algemar suas mãos à cabeceira da minha cama. Deixarei seus pés livres para que possa movimentar o quadril ou mexer as pernas ao meu comando, mas pode ficar tranquilo, a malemolência é por minha conta.

Vou tapar seus olhos com este lenço colorido, não tenha medo. Prometo não te deixar amarrado enquanto seus coleguinhas do colégio riem de você. Sejamos maduros, passamos da fase em que a opinião dos recalcados da turma valia alguma coisa (se é que um dia valeram).

Eu quero te dar prazer e me proporcionar orgasmos. Simples assim. Ambos saem ganhando. Deixe-se levar, farei tudo o que temos direito. Começaremos com uma massagem ‘wand of light’, já ouviu falar? Ela é um tantra (se você não sabe o que é isso, aprenda a usar o Google) que busca relaxar e expandir o prazer a partir de técnicas orientais, ou seja, aplicadas com paciência e desfrute total. Um óleo é espalhado nas mãos que deslizam pelo pênis, o acariciando com calma, atenção e dedicação. O tesão está no conhecimento do corpo do outro, dos olhares de cumplicidade e excitação que ambos demonstram.

Apenas relaxe.

Vou lhe beijar novamente e mais um pouco. Não tem nada que me deixe mais excitada do que o delicioso toque das línguas. Sinta minha respiração quente perto do seu pescoço, lábios molhados deslizando pelo teu peito, leves chupões, mordidas, seios passeando ao longo do seu corpo, tocando rapidamente seu membro, mamilo acariciando a glande a cada vez que encosta rapidamente.

Arrepios, respiração ofegante, cabeça pra trás jogada para trás.

Saliva.

Se você estivesse livre, provavelmente estaria com as mãos enroladas em meu cabelo, conduzindo a velocidade da chupada. Pena que está algemado, né? Para seu bel prazer, baby, a submissão vale para os dois. Como você quer? Pede, diz, grita, que eu obedeço.

Delicioso, não? Submissão está longe de ser sinônimo de inferioridade, pelo menos quando o assunto for sexo. Deixar o cara puxar seu cabelo e te dar uns tapas na bunda não significa que ele seja um machistaporco-chauvinista (se for é hora de reavaliar sua relação), mas também se não curtir tem de falar, o prazer tem de ser do casal. Ficar quieto seguindo ordens sexuais da sua menina, ser amarrado na cama, não te faz menos homem do que aquele bundão que, por preconceito, nunca saberá as delícias de uma mulher livre na cama.

Submeter é também ser submisso e descobrir os pontos que provocam mais tesão no outro e em você mesmo. Sabendo os seus ‘lugares’ certos, a masturbação no banheiro em horário de expediente pode ser mais efetivas, prazerosa. Quer melhor coisa que aquele orgasmo rápido e furtivo. Por isso fazer sexo em publico dá tanto tesão.

Não consigo entender a relutância de alguns casais/ parceiros/fodas casuais em obedecer  o outro durante uma transa. Se quiserem opinar, explicar, sintam-se à vontade. Eu estou aqui para te ouvir, obedecer e mandar.

Já que voltamos a esse assunto, volta aqui, paramos na chupada, há muito mais a ser feito ainda. Se joga e confia em mim, não vou fazer nada que você queira, mas se quiser deixar, melhor ainda!

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30/09/2011

dar ou não dar, eis a questão

Ao ler a entrevista com Marcelo Rubens Paiva na revista TPM de setembro, me senti na obrigação de fazer um post sobre o dilema do dar ou não no primeiro ‘encontro’ (consideramos também os conhecidos que beijamos durante as bebedeiras).

Vou situá-los. A repórter Nina Lemos perguntou ao escritor da onde vinha sua inspiração para escrever tanto sobre mulheres. Ele respondeu que possui muitas amigas e comentou uma conversa que presenciou entre três delas. As mulherzinhas discutiam se deviam dar ou não na primeira ficada. Por favor, colegas, vão me dizer que vocês ficam na dúvida? Pois é, se sua resposta for sim, provavelmente sua cabeça é tão aberta quanto a das chegadas do Marcelo. Pelo que ele descreveu da interação, para elas o quarto encontro é o mais apropriado. Eu discordo. Primeiro, porque você irá sair três vezes a mais com alguém com quem pode não ter sucesso na cama. Se o sexo demora e é ruim, eu fico frustrada. Segundo, se rola um tesão recíproco, uma sintonia sexual, porque você vai esperar para saber disso?

Já ouvi dizer que era porque o beijo não combinou, mas a pessoa queria insistir para ver se a interação física melhorava com o tempo. Às vezes me pergunto pra que perder tempo com algo que não é bom de cara, já que existem vários carinhas por aí com quem vai rolar gostoso. Experiência própria! É só ler meu texto Amizade publicado aqui, onde contei a triste história sexual que tive com um amigo. O pior foi ele tentar me seduzir meses depois, após uma foda mal dada, quer dizer, mal penetrada. Talvez não precisasse ter dito que nossa tentativa não foi vitoriosa, por isso não ia rolar, mas tem coisas que precisam ser expressadas.

Qual conclusão chegamos? Quando o beijo não encaixa, nem adianta insistir. As chances do sexo ser satisfatório são bem pequenas, quase mínimas (no caso de alguns). Os homens para quem dou na primeira pegada e não tem um desempenho bacana, geralmente são aqueles que encontro na rua e não lembro o nome. Insignificante. Gosto de aprender com meus erros e limpar minha mente das lembranças ruins.

Só sei se o cara combina sexualmente comigo ou não (e vice-versa) é transando. Para que adiar o inevitável se pode ver ‘qual é’ de primeira? Assim como pode ser tedioso ou rápido, o sexo também pode ser sensacional. Experiência própria. O homem que mais amo (guardo um carinho eterno pelas fodas marcantes) despertou a paixão em mim à primeira picada. Como não me derreter por um cara que me diz que só irá gozar depois de mim? Parece pouco, mas falar é fácil, difícil é fazer! Só de lembrar, suspiros…

Poxa, se eu ficasse fazendo doce, teria perdido uma foda maravilhosa. Não teria rolado em outro encontro, mas se posso dar uma a mais, porque não? É como um grande amigo meu diz: a oportunidade está aí, você agarra ela ou não.

Eles podem dizer o contrário, mas se você manda bem na cama, amiga, ele vai te perseguir. Vez ou outra, ele reaparece te chamando para tomar uma cerveja e conversar sobre a vida. Não é tão simples encontrar uma mulher que realmente os satisfaça. Tudo culpa dos recalques e pudor. Se a sua intenção não é dar de novo, não vá. Eles alimentam esperanças em te penetrar de novo. Se topar o programinha a dois e não ficar com o rapaz, pode ser pior, o coitadinho pode pensar que você está se fazendo de difícil e achará que você é para casar, cuidado.

Doce nunca funciona. Marcelo Rubens Paiva é prova disso. Na sua entrevista disse que gosta de mulheres que dão no primeiro encontro, pois são mais decididas e a atitude demonstra que se interessam por sexo (quem não se interessa, por favor, nem chegue perto de mim). Eu concordo!  Não é qualquer mulher que tem colhões para dar para um homem sem se preocupar com o que ele, os amigos e as mulheres vão dizer a respeito. Fodam-se todos.

Quando o que está em jogo é o prazer, é o que penso, pratico e  recomendo. Eu! Por que eu dou no primeiro encontro? Sexo sem compromisso, sem juras de amor e sem troca de telefone pode te ajudar a se conhecer, saber do que gosta e ir em busca dos  melhores orgasmos da sua vida.

Ao ler a entrevista com Marcelo Rubens Paiva na revista TPM de setembro, me senti na obrigação de fazer um post sobre o dilema do dar ou não no primeiro ‘encontro’ (consideramos também os conhecidos que beijamos durante as bebedeiras).

Vou situá-los. A repórter Nina Lemos perguntou ao escritor da onde vinha sua inspiração para escrever tanto sobre mulheres. Ele respondeu que possui muitas amigas e comentou uma conversa que presenciou entre três delas. As mulherzinhas discutiam se deviam dar ou não na primeira ficada. Por favor, colegas, vão me dizer que vocês ficam na dúvida? Pois é, se sua resposta for sim, provavelmente sua cabeça é tão aberta quanto a das chegadas do Marcelo. Pelo que ele descreveu interação, para elas o quarto encontro é o mais apropriado. Eu discordo. Primeiro, porque você irá sair três vezes a mais com alguém com quem pode não terá sucesso na cama. Se o sexo demora e é ruim, eu fico frustrada. Segundo, se rola um tesão recíproco, uma sintonia sexual, porque você vai esperar para saber disso?

Já ouvi dizer que era porque o beijo não combinou, mas a pessoa queria insistir para ver se a interação física melhorava com o tempo. Às vezes me pergunto pra que perder tempo com algo que não é bom de cara, já que existem vários carinhas por aí com quem vai rolar gostoso. Experiência própria! É só ler meu texto Amizade publicado aqui, onde contei a triste história sexual que tive com um amigo. O pior foi ele tentar me seduzir meses depois, após uma foda mal dada, quer dizer, mal penetrada. Talvez não precisasse ter dito que nossa tentativa não foi vitoriosa, por isso não ia rolar, mas tem coisas que precisam ser expressadas.

Qual conclusão chegamos? Quando o beijo não encaixa, nem adianta insistir. As chances do sexo ser satisfatório são bem pequenas, quase mínimas (no caso de alguns). Os homens para quem dou na primeira pegada e não tem um desempenho satisfatório, geralmente são aqueles que encontro na rua e não lembro o nome. Insignificante. Gosto de aprender com meu erros e limpar minha mente das lembranças ruins.

Só sei se o cara combina sexualmente comigo ou não (e vice-versa) é transando. Para que adiar o inevitável se pode ver ‘qual é’ de primeira? Assim como pode ser tedioso ou rápido, o sexo também pode ser sensacional. Experiência própria. O homem que mais amo (guardo um carinho eterno pelas fodas marcantes) despertou a paixão em mim à primeira picada. Como não me derreter por um cara que me diz que só irá gozar depois de mim? Parece pouco, mas falar é fácil, difícil é fazer! Só de lembrar, suspiros…

Poxa, se eu ficasse fazendo doce, teria perdido uma foda maravilhosa. Não teria rolado em outro encontro, mas se posso dar uma a mais, porque não? É como um grande amigo meu diz: a oportunidade está aí, você agarra ela ou não.

Eles podem dizer o contrário, mas se você manda bem na cama, amiga, ele vai te perseguir. Vez ou outra, ele reaparece te chamando para tomar uma cerveja e conversar sobre a vida. Não é tão simples encontrar uma mulher que realmente os satisfaça. Tudo culpa dos recalques e pudor. Se a sua intenção não é dar de novo, não vá. Eles alimentam esperanças em te penetrar de novo. Se topar o programinha a dois e não ficar com o rapaz, pode ser pior, o coitadinho pode pensar que você está se fazendo de difícil e achará que você é para casar, cuidado.

Doce nunca funciona. Marcelo Rubens Paiva é prova disso. Na sua entrevista disse que gosta de mulheres que dão no primeiro encontro, pois são mais decididas e a atitude demonstra que se interessam por sexo (quem não se interessa, por favor, nem chegue perto de mim). Eu concordo!  Não é qualquer mulher que tem colhões para dar para um homem sem se preocupar com o que ele, os amigos e as mulheres vão dizer a respeito. Fodam-se todos.

Quando o que está em jogo é o prazer, é o que penso, pratico e  recomendo. Eu! Por que eu dou no primeiro encontro? Sexo sem compromisso, sem juras de amor e sem troca de telefone pode te ajudar a se conhecer, saber do que gosta e ir em busca dos  melhores orgasmos da sua vida.

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09/09/2011

abra sua mente

Imaginação é o melhor atalho para um orgasmo. A dica tanto vale para quem está sozinho, como para os acompanhados e talvez seja muito mais útil no segundo caso. Nunca se esqueça do poder da mente quando aquele cara-sexo-sem-graça continua a te bolinar mesmo depois de uma ejaculação precoce (o que me deixa puta) e o pau dele não sobe por nada nesse, nem em outros mundos. Se você deixar, o moleque vai se empenhar horas, mesmo sem saber ao certo o que está fazendo, provavelmente te machucando com aquela fricção insistente e sem sentido.

Para não se entediar e já que ele te convenceu a levá-lo para casa dizendo que iria (te) arrasar na cama, use alguns exercícios simples de meditação. Em qualquer site de yôga você encontra instruções para esvaziar a cabeça. No caso da prática milenar, sua respiração deve ser ritmada e completa, ou seja, usando todo o pulmão (parece que nós, ocidentais menos evoluídos, usufruímos apenas 25% da nossa capacidade respiratória), coisa quase impossível durante os movimentos frenéticos do coito. O segundo passo é imaginar uma flor saindo do seu umbigo, um lago lilás, um campo de energia ao seu redor ou outras coisas que esvaziem a mente. No nosso caso, cenas que nos excitem.

Pois bem, hora de colocar todo seu potencial criativo em prática. Fique tranquila, mesmo que você precise fantasiar enquanto trepa com o seu namorado, isso não é considerado traição, afinal, você está transando com ele de qualquer forma. O que importa é o (seu) gozo, sexo só é válido quando há prazer e não importa de que forma você consiga isso. Ele irá espirrar de qualquer jeito e muitos porcos chauvinistas não se importam muito com a satisfação feminina.

Algumas pessoas sentem um pouco de dificuldade em criar uma realidade paralela, mas é só questão de prática. Se de olhos abertos está complicado, feche-os e mantenha o foco na sensação do pênis, dedo ou língua entrando e saindo da sua vagina. Use técnicas de pompoarismo, contraia seus músculos vaginais como se estivesse treinando para a olimpíada. Não tenha pressa, sinta seu tesão crescer a medida que o clitóris começa a dar o ar da graça. Se o desempenho do menino não está colaborando, ou você o manda para casa ou reconhece o poder de seus 10 dedos, aqueles mesmos que te amparam nas noites solitárias. Leve um ou dois deles até o seu ponto mágico e se delicie. Vale pensar em qualquer coisa, lembrar de qualquer um, reviver qualquer momento. O que importa é o resultado final. Vale até descartar o parceiro e mandar ver sozinha.

Claro que a imaginação não deve ser usada apenas quando o homem fracassa. Ela pode (e deve) ser colocada em prática mesmo quando se tem um garanhão na cama. Fantasiar um colega, aquele com um cheiro que te enlouquece toda vez que passa perto, te chupando com a mesma vontade daquele ser que está no meio das suas pernas nesse exato momento. Até para mudar um pouco, né?

Meninos, não fiquem magoados, sei que o mesmo acontece com vocês e imaginar aquela gostosa cavalgando na seu colo no lugar dessa frígida sem graça não é pecado. Ou melhor, no sexo não existe essas coisas de deus, vale tudo na cama, mesa e banho.

confere a ilustração bacana que a Thany Sanches fez para a coluna Maria Orgasmos, no negodito

18/08/2011

se for transar, beba com moderação

“Beba meu rapaz, tornará a parte da sedução bem menos repugnante” foi o que disse Clementine a Joel, personagens do filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”, ao oferecer um copo de vodka para que ele se soltasse na primeira noite que passariam juntos.

Ok. É preciso admitir que qualquer flertada fica mais gostosa e provocante depois de algumas garrafas de cerveja e doses de Domecq. Mas é preciso tomar cuidado para não exagerar se a sua intenção é levar alguém para algum lugar. Confesso que não sou a pessoa mais indicada para delimitar a quantidade de álcool adequada para uma pessoa ingerir e não fazer fiasco. Às vezes dou graças a Jah de acordar em casa (não importa se é na sala, quarto ou banheiro) e não na cama de qualquer cabeludo. A palavra socialmente foi riscada do meu vocabulário. Não importa se é boteco, balada, festa da empresa ou até mesmo sozinha no meu sofá, eu gosto mesmo é de encher a cara. Transar bêbada é uma delícia, mas o Ministério da saúde adverte: cerveja, conhaque, uísque e/ou vodka podem trazer sérios problemas a sua reputação.

Problema 1 – Amnésia alcoólica
É quando alguém do casal, ou do grupo, faz e acontece durante a trepada e no outro dia não se lembra de ter chegado em casa.

1.1. Ele
Sabe quando você está em casa bebendo com uma galera e de repente aquele amigo barbudo do seu amigo chega bêbado de outro lugar e fica dando o maior mole para você? Ou quando você dorme na casa da galera e o cara simplesmente deita do seu lado ao chegar maluco de uma balada? Eu me lembro de todas as siriricas dedicadas e mando ver: chá de calcinha nele! Quem não se aproveitaria? Você acha que se fosse o contrário o garoto não faria o mesmo?

O real problema é que dependendo da quantidade de álcool ingerida, o guri provavelmente nem vai se lembrar da melhor noite da sua vida. Por isso, baby, sempre mantenha o foco no sexo. Se o gato está fazendo caras e bocas ou fala que está curtindo, que você é deliciosa, que rebola gostoso, vale o que é o dito entre os orgasmos. Azar o dele.

1.2. Você
No caso das mulheres e no meu, se não lembro, não fiz. Claro que eu acho chato acordar na cama de um cara e nem lembrar se mandei bem. Já me aconteceu algumas vezes. Em uma delas, voltei a mim no final da transa. Até hoje o cara diz que foi uma das nossas melhores fodas e eu sempre concordei, até o dia que caí na mentira. O bonitão me perguntou quando foi a primeira vez que eu o chupei. Com toda a certeza do mundo, respondi que foi no nosso segundo encontro. É, parece que eu me dediquei ao prazer dele logo de cara.

Se o gato vem atrás depois, sempre fica a dúvida: será que vale uma segunda vez? Eu acho que não custa tentar.

Problema 2 – Narcolepsia
Sabe quando aquele bofe delícia inteligente, charmoso, envolvente, sedutor chega em você na festa cheio de amor para dar? Eu não penso duas vezes e se estiver louca, o levo pra casa para um sexo selvagem. Gosto quando abro a porta e ele já me gruda na parede, aquele tesão reprimido do bar, roupa voando, a descoberta do corpo, tatuagens, beijos, arrepios, mordidas, sofá, chão, cama, narcolepsia.

2.1. Você
Amiga, se quem dormiu foi você saiba que ou o cara vai continuar até te lambuzar todinha, ou vai ficar reclamando. Bom mesmo são os que deitam e se entregam ao sono também.

2.2. Ele
Aqui a coisa é pior, porque se o nosso flerte dormir, o amigão dele também apaga. Quando você os acorda, uns admitem enquanto outros vem com o blá blá blá de que só estavam de olho fechado. Não adianta, baby, seu pau não te deixa mentir.

Obs. O problema dois é o único que realmente pode tornar o sexo sem graça, porque o casal não sai ganhando se houver continuação. Sem reciprocidade a vida seria um tédio.

Texto publicado pelo negodito na coluna maria orgamos. Entra lá e confere a ilustração exclusiva de Thany Sanches

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05/08/2011

a vida é um espasmo cósmico no sopro do universo

Não é nada fácil sintetizar os eventos ocorridos no silo de mísseis de Wamego entre 1º de outubro e 4 de novembro de 2000. As informações disponíveis formam uma massa viscosa de verdades, meias verdades, três quartos de verdades e mentiras descaradas, da qual é impossível extrair qualquer substância pura. Os personagens da história são múltiplos e variados. Os elementos químicos em questão são muitas vezes obscuros e de efeito desconhecido. Tudo que se sabe é que, em 1997, um prestigiado químico orgânico chamado Leonard Pickard se aliou a Gordon Todd Skinner, um herdeiro milionário, para criar aquele que se tornaria o laboratório de LSD mais produtivo do mundo. Um laboratório que, segundo fontes, produzia mais de 90% do LSD disponível no planeta, além de quantidades desconhecidas de MDMA, ALD-52, extrato de ergot e, possivelmente, LSZ.

Leonard Pickard é um caso raro entre os químicos clandestinos—um dos poucos que se destaca no ambiente acadêmico. Ele estudou em Harvard, Purdue e na UCLA enquanto produzia quilos de MDMA e LSD em laboratórios secretos da Irmandade do Amor Eterno. Era um sujeito carismático e gentil, de excelente postura (costumava dizer que a coluna vertebral deveria ser mantida na vertical, como “um lindo colar de pérolas”). Uma imagem famosa mostra Leonard em um congresso científico apreciando o aroma de uma rosa. Ele era assim.

Gordon Todd Skinner (mais conhecido como Todd) é um químico autodidata de competência duvidosa—o fato de ele ser considerado um químico é discutível. Ele afirma ter feito sua primeira extração de mescalina a partir do L. williamsii aos 19 anos. Aos 25, estava preso em Nova Jersey acusado de traficar quase 20 quilos de maconha. Para se livrar da pena, começou uma longa e frutífera carreira de informante do governo. Em 1996, adquiriu um silo de mísseis nucleares Atlas E desativado em Wamego, no estado americano do Kansas, e o transformou em um palácio psicodélico subterrâneo. Três anos mais tarde, comprou outro silo de mísseis, para abrigar um superlaboratório de LSD, que permaneceu na ativa por um curto período de tempo, já que, em outubro de 2000, Todd ofereceu aos agentes da DEA (a agência americana de combate às drogas) uma visita monitorada a suas instalações. Afirmar que Todd é um delator seria ignorar o fato de que ele parecia ter um comprometimento profundo e sincero com a distribuição de drogas psicodélicas para o aperfeiçoamento da espécie humana—o que torna sua atitude ainda mais complexa.

Por fim, temos Krystle Cole, uma ex-stripper gótica do Kansas, que se apaixonou por Todd e acabou tendo acesso a seu círculo privado de químicos e traficantes. Krystle conheceu Todd em fevereiro de 2000, e eles viveram uma lua-de-mel lisérgica de seis meses antes que as coisas começassem a catabolizar em caos. Em agosto do mesmo ano, Todd começou a suspeitar que seu laboratório de LSD estivesse sendo vigiado pelo governo e decidiu se esquivar de qualquer acusação criminal que pudesse vir a enfrentar entregando Leonard de bandeja. Isso levou à prisão de Leonard e uma escassez de LSD em escala nacional (e talvez mundial) que se estendeu pelos primeiros anos da década de 2000.

Em outubro de 2000, Todd contatou formalmente a DEA e declarou: “Estou envolvido naquilo que acredito ser a maior rede de distribuição de LSD do mundo… Queria tentar fazer um acordo”. Todd ganhou imunidade total por seu envolvimento com o laboratório, enquanto Leonard recebeu duas condenações à prisão perpétua sem direito à condicional. Logo depois do julgamento, Todd e Krystle viajaram aos Estados Unidos comercializando quilos e mais quilos de MDMA com alto grau de pureza para sobreviver. Com o tempo, Todd foi ficando cada vez mais violento e paranoico, e em setembro de 2003 acabou preso e envolvido em uma batalha judicial que terminou com uma sentença de prisão perpétua por agressão com arma branca (uma agulha hipodérmica) e sequestro.

Desde então, Krystle vem transformando sua experiência em matéria-prima para uma série de livros e vídeos no YouTube, o mais popular deles envolvendo uma discussão aprofundada sobre uma técnica de administração intra-retal de DMT batizada como “o colônico xamânico”—dizem que arde bastante. Krystle é uma das poucas pessoas que participou da empreitada e não está na cadeia, então peguei um avião para o Kansas para entrevistá-la e fazer uma visita ao lendário silo de mísseis. Apesar de ter passado por tudo o que passou, Krystle é um poço de energia enteogênica em ebulição. Quando a busquei para irmos até Wamego, ela estava vestindo uma camiseta tie-dye com o símbolo da paz.

O silo era um testamento da extravagância perdulária de Todd. O abrigo principal era decorado com tapetes persas e luxuosos sofás de couro. Havia também um sistema de som de 120 mil dólares, que ele usava para ouvir Deep Forest e Sarah McLachlan no último volume. O banheiro era equipado com três duchas e uma banheira capaz de acomodar umas seis pessoas. Depois das prisões, o silo foi esvaziado, e tudo o que havia de valor por ali foi vendido. O espaço acabou abandonado, vandalizado, inundado e por fim invadido por comparsas de Todd em busca de um carregamento de MDMA, LSD e DMT escondidos nas paredes estriadas de mármore rosado. Atualmente, pouco do silo original permanece intacto, e a propriedade agora pertence a um fanático por veículos militares, que usa o abrigo de mísseis para guardar seus tanques soviéticos T-34 da época da Segunda Guerra Mundial. Depois de visitar o silo, Krystle e eu batemos um longo papo.

VICE: Como você e Gordon Todd Skinner se conheceram?
Krystle Cole: Eu fazia strip-tease em um lugar chamado Club Orleans. O Todd não frequentava casas de strip, mas seus funcionários frequentavam, e um deles me viu em ação e disse a ele: “Tem uma garota lá que você precisa ver”. A minha apresentação era bem interessante—um número de bondage. Eu realmente me destacava entre as meninas que trabalhavam lá. Eu era gótica, então me apresentava ao som de death metal com uma corrente que eu usava para me enrolar no poste do palco e me chicotear. Eu queria me rebelar contra tudo que o Kansas representava. Quando o Todd apareceu, vi que ele era diferente dos outros clientes, não queria que eu dançasse no colo dele nem nada do tipo. Ele só ficava sentado na área VIP e me dava um monte de dinheiro. Depois de um tempo, me convidou para conhecer o lugar onde morava. Nas casas de strip existe uma regra: “Nunca vá para casa com um cliente, você vai acabar sendo estuprada e esquartejada”. Eu estava com um pouco de medo, mas disse: “Tudo bem, eu vou”. Depois de viajar de carro durante horas, demos de cara com portões de ferro gigantescos com arame farpado em cima. Havia pelo menos dez câmeras de segurança lá fora, além dos sensores de movimento. Não tinha nenhuma outra construção à vista, e a porta do silo era grande o suficiente para um caminhão passar. Quando ele me levou lá para dentro, fiquei apavorada.

Por que o Todd morava em um silo de mísseis nucleares?
Quando conheci o Leonard e o Todd, eles me disseram que eram figurões excêntricos do mercado financeiro. O Todd me disse que tinha estocado alimentos e armas para se preparar para o bug do milênio—nos conhecemos no início de 2000. O Todd tinha tudo que era necessário para sobreviver ao apocalipse naquele silo. Eles me disseram que tinham maletas cheias de dinheiro em moeda estrangeira e em dólares, pois achavam que o sistema financeiro dos Estados Unidos estava à beira de um colapso. Eles esbanjavam dinheiro, andavam de Porsche e me compraram roupas Armani. Eu não precisava mais trabalhar na casa de strip. Aqui no Kansas não temos o costume de ficar interrogando as pessoas para ver se elas estão realmente dizendo a verdade.

Então o Todd falou que era um figurão do mercado financeiro e que estava preparado para sobreviver a um suposto colapso financeiro. Mas como ele justificou os quilos de MDMA?
Ele escondia. Logo que o conheci, eu não via nada daquilo. Eu tinha pouquíssima experiência com drogas. Já tinha bebido e fumado maconha, mas nunca nem tinha ouvido falar em MDMA. “Experimenta só uma vez, você vai gostar”, ele me disse. Nossa, e como eu gostei… Mas só cheguei a ver uma pequena quantidade. Depois de um tempo, comecei a desconfiar que tinha alguma coisa rolando ali, mas não sabia direito o quê. Todo mundo vivia tenso. Se você falasse sobre drogas no telefone, ou entrasse em um site sobre drogas, levava o maior sermão. Só mais tarde me mostraram o estoque de drogas e eu fiquei sabendo que havia um laboratório de LSD além do laboratório de MDMA, que nunca foi descoberto.

Li que ele dizia para as pessoas que estava usando o silo de mísseis para fabricar molas de alto desempenho para a NASA.
Tecnicamente, em um determinado momento, havia molas sendo fabricadas no silo de mísseis. Alguns funcionários disseram que tentaram fazer algumas molas, mas era tudo fachada.

Você chegou a ver alguma mola por lá?
Não, nunca vi mola nenhuma no silo, mas a mãe do Todd é dona de uma fábrica de molas em Tulsa, e eles realmente fabricam molas para a NASA.

Quando você descobriu que o Todd e o Leonard estavam metidos com fabricação de LSD, você teve vontade de cortar relações com eles?
Quando comecei a perceber o que estava acontecendo quis me envolver mais. Só soube o que de fato era feito ali depois que o Leonard foi preso. Eu estava usando muitas drogas, e só tinha 18 anos. Não tinha visão nem discernimento para perceber o que estava acontecendo ao meu redor. Nessa época eu só dizia: “Vamos curtir”. Eu não pensava nas consequências, nem no futuro, ou em qualquer outra coisa.

Quais eram as substâncias que o grupo pesquisava e sintetizava?
A especialidade do Todd era as triptaminas. Ele fazia extrações a partir da Mimosa hostilis, mas também sabia produzir DMT sintética. Ele tinha muito orgulho de todos os químicos que possuía. Quem o conhecia bem podia ver sua enorme “biblioteca” de substâncias químicas—centenas de drogas diferentes. Isso foi em 2000, antes de um monte dessas substâncias poderem ser adquiridas na Internet como material de pesquisa. O Todd distribuía essas coisas para todo mundo, e a gente ficava: “Dá uma pra mim”. Não sabia o que a maioria das substâncias era. Eu tomava muitas coisas diferentes, era como se eu vivesse num mosteiro enteogênico. Eu não precisava trabalhar. Não precisava me preocupar com contas para pagar. Não precisava fazer nada além de tomar drogas psicodélicas. Tive a oportunidade de usar coisas muito incomuns, como ALD-52 e extrato de ergot, assim como substâncias totalmente novas das quais eu nunca tinha ouvido falar até então e nem ouvi mais falar desde então.

Que substâncias eram essas?
Bom, antes eu não podia falar muito sobre isso, mas agora posso, porque os crimes já prescreveram. Tinha uma substância em particular que era totalmente nova, que ninguém nunca tinha experimentado. O que eu vivenciei vai além de qualquer descrição. Porque era como olhar… Era como se tornasse a realidade… Quer dizer, era a mesma realidade, mas como se houvesse uma camada sobreposta a ela. É difícil de explicar, mas foi como descobrir que o meu cérebro era um mecanismo neurológico que eu podia acionar e experimentar um estado alterado quando quisesse.

Qual era o nome dessa substância?
O Todd não dava nome para maioria a das substâncias que criava, mas era similar à 5-MeO-MT. Ele me mandou uma porção de cartas da prisão descrevendo a síntese em linguagem codificada. Pelo que ele disse, podiam ser feitas com folhas de ródio eletrificadas em um aquário de 90 litros.1 Havia muitas substância novas, mas essa era especialmente louca. Ele também disse que era uma molécula sensível, com tendência à degradação, e então para guardar aquele “livro” em particular em uma de suas “bibliotecas” seria preciso “encadernar” com uma “capa resistente e opaca”. Também tinham outras substâncias novas. O Leonard criou uma nova variante do LSD chamada “diazedina”, mas não sei dizer exatamente do que se tratava.

Você conhece o ácido lisérgico 2,4-dimetil-azetidina?
Não, mas eles chamavam essa substância de diazedina. Também era muito louca, mas nada espetacular. O Leonard deu para o Todd em uma garrafa de Everclear para testar, e tomávamos uma tampinha por vez. Pelo jeito, a produção da diazedina não era viável em grande escala porque os custos eram altos demais e a quantidade produzida muito pequena. A diazedina causou muito estresse entre o Todd e o Leonard, porque eles tinham uma grande expectativa de que ela fosse uma alternativa ao LSD.

Em que momento Todd virou um informante da DEA e entregou o Leonard?
Pouco antes do desmantelamento do laboratório, Todd começou a me contar várias coisas sobre o Leonard: que ele estava metido no tráfico de heroína e de mísseis Stinger no Afeganistão, e que tinha encomendado o assassinato de um sujeito que estava fornecendo um precursor de LSD para eles. Não sei se acredito no Todd hoje, mas na época com certeza acreditava. Eu estava completamente apaixonada por ele, e achava que tudo o que ele dizia era verdade. Hoje consigo olhar para trás e ver que ele mentia a maior parte do tempo.

Eu me correspondi com o Leonard, e ele me pareceu um homem gentil e educado.
Você precisa entender que ele não é tão inocente nessa história toda. Quer dizer, é terrível que ele esteja cumprindo uma pena de prisão perpétua por causa de um crime não violento, que na verdade não é nem um crime, e sim um serviço que teve um efeito profundamente positivo sobre a humanidade, mas o Leonard também não era nenhum anjo. Muita gente tenta pintá-lo como um monge budista que jamais faria uma maldade. Mas tanto ele como o Todd eram traficantes de drogas do mais alto escalão, nenhum deles era bonzinho. Por outro lado, não acho que o Leonard seja um assassino.

Leonard parecia ser o tipo de pessoa que se envolveria com tráfico de heroína?
Provavelmente não, mas também não parecia ser alguém que se envolveria com o tráfico de LSD! O Leonard fazia muito bem seu papel. Nunca o vi usando drogas ou mesmo falando sobre drogas. A única coisa que ele me disse foi: “Você devia ir às raves. Você iria gostar”. Foi a única coisa remotamente ligada a drogas que ele já me falou antes de ser preso.

O Todd deixava você ver as drogas serem sintetizadas?
Bom, eu vi quilos e mais quilos de indol. Vi recipientes e equipamentos de laboratório com coisas que estavam nos últimos estágios de síntese ou purificação. Vi potes de vidros cheios de extrato de ergot, mas nunca entrei num laboratório para acompanhar o processo de síntese. Acho que eu conhecia o Todd melhor do que ninguém, mas mesmo assim ele não confiava em mim a ponto de me deixar entrar em seu laboratório.

Eu nunca entendi direito o papel do Todd. Leonard obviamente tinha uma função específica—ele é um químico orgânico extremamente instruído, aluno de Alexander Shulgin—, mas por que Gordon Todd Skinner se envolveu com isso?
Bom, o Todd me contou muitas versões diferentes ao longo dos anos. De acordo com os relatórios oficiais, ele estava lá para lavar dinheiro e cuidar de questões relacionadas ao fluxo de caixa. A princípio, ele me disse que era o encarregado da segurança da Irmandade do Amor Eterno, só que mais tarde, quando começou a confiar mais em mim, me explicou que também era um químico de LSD. Ele falou que era responsável pela produção de LSD “branco algodão”, e que o Leonard fazia grandes quantidades de LSD “lavanda” para vender. Pelo que concluí, acho que o Leonard fabricava a maior parte do LSD. O Todd fazia apenas pequenos lotes, mas também fazia toda a DMT.

Certa vez você escreveu que o Todd sintetizou um negócio chamado “ácido preto alcatrão”, que provocava convulsões nas pessoas. Por que ele distribuía uma coisa como essa?
É, eu não sei o que era aquilo. Parecia muito ruim. Não tinha uma coloração cristalina, era preto como alcatrão. Se você tentasse dissolver, a solução ficava bem escura. Isso foi perto do fim, quando ele começou a revelar tudo. Ele estava fazendo várias triptaminas venenosas, que provocavam convulsões nas pessoas. Ele começou a pagar o preço por todo o estresse dos processos judiciais e pelos anos de fuga e negócios escusos com o governo. Por que o Todd dava isso às pessoas, por que fazia o que fazia? Ele era mentalmente doente. Eu realmente acho que ele é um sociopata. Quer dizer, na época eu nem sabia o que era um sociopata. Hoje, depois de ter estudado psicologia e entender o que isso significa, sou capaz de perceber que uma pequena porcentagem da população é composta por sociopatas.

Em um determinado momento, Todd afirmou ter inventado uma vacina para AIDS e estava oferecendo injeções gratuitas para toda vizinhança, é verdade?
Sim, quanto maior a mentira, mais ele se safava. Eu estava tomando tanto MDMA que estava com medo de ter sofrido alguma lesão cerebral, então fui fazer um tratamento com um médico naturopata. O médico receitou algumas infusões intravenosas de vitaminas. Quando o Todd me viu fazendo aquilo, quis preparar suas próprias infusões com drogas psicodélicas na mistura. Ele ia ao consultório do naturopata—imagine, tinha um monte de velhos fazendo quelação naquela mesma sala—e injetava DMT diluído no frasco de soro. Ele ajustava o fluxo de líquido para poder viajar mais e depois reduzia o fluxo para dar uma segurada. Ele ficava lá no meio de um monte de velhinhos, viajando durante horas, e as pessoas achavam que ele estava fazendo quelação. Mas ele sabia manter as coisas sob controle. Eu não conseguiria.

Nem eu…
Uma coisa é fumar DMT e pronto, mas ter uma viagem prolongada de DMT com uma agulha no braço não me parece nada convidativo. Apesar de que, quando você se acostuma com grandes quantidades, pode ter uma viagem agradável em qualquer ambiente. Por exemplo, quando o Todd se tornou violento e sabia que eu ia tentar fugir, começou a espalhar drogas psicodélicas pela minha casa. Ele queria que as pessoas pensassem que eu estava ficando maluca, ou talvez quisesse que eu duvidasse da minha própria sanidade. O Leonard me disse que o Todd deve ter colocado drogas psicodélicas nas maçanetas das portas. Por causa disso fiquei viajando três dias seguidos, e a cada dia a viagem era mais intensa que a do dia anterior. Não sei que substância era aquela, mas foi a coisa mais forte que eu já tomei. É desesperador tentar fazer suas tarefas cotidianas e, de repente, se encontrar inexplicavelmente em uma viagem +++ trip. Alucinada muito além da conta. Mas, de certa forma, também foi uma experiência boa. Me fez lembrar que a vida é apenas um espasmo cósmico no sopro do universo.

Li que o Leonard também era um informante da DEA. Acho incrível o fato de dois dos maiores traficantes do mundo terem sido colaboradores da DEA de forma independente, sem saber das atividades um do outro. Alguma vez o Todd chegou a insinuar que a DEA tem um envolvimento ativo na distribuição de drogas sintéticas?
Sim, com certeza. Ele disse exatamente isso. No topo da pirâmide, não existe divisão entre a distribuição de drogas e a agência antidrogas. Cinquenta e quatro por cento da população prisional foi sentenciada por crimes relacionados a drogas. A quantidade de dinheiro que esses presos fazem girar pelo sistema judiciário é imensa, assim como os ganhos de imagens geradas por essas prisões. Sem os químicos para produzir drogas, a DEA não poderia lucrar com essas prisões. Eles prendem as pessoas do baixo escalão e mantêm a coisa funcional no topo para garantir o sustento da agência. Sem esses químicos, a organização como um todo desintegraria.

Se eles estavam trabalhando com o Todd e com o Leonard e lucrando com prisões de figuras de menor importância, por que o Leonard foi preso?
Não tenho nenhuma evidência de que eles estivessem trabalhando com o Leonard na época do desmantelamento do silo, mas sei que eles trabalharam juntos no passado de tempos em tempos. Acho que prenderam o Leonard sem dar nenhuma chance a ele porque o Todd foi direto até a chefia da DEA em Washington e fez todos aqueles acordos de imunidade. Então, a coisa tomou uma proporção muito grande, o Leonard não teve como escapar.

O Todd ganhou imunidade no caso do silo. Parece que os contatos que tinha no governo eram tão poderosos que ele era praticamente intocável. Ele acabou sendo preso por algo que não tinha nada a ver com drogas, foi por torturar o seu ex-namorado, correto?
Sim, isso mesmo. Acho que essa imunidade legal começou a deixá-lo maluco. Ele achava que poderia matar e sair impune. Agora está cumprindo pena de prisão perpétua pelo que fez com o Brad, meu ex-namorado. Depois do julgamento, eu tentei me afastar do Todd, porque ele estava psicologicamente abalado. Ele me queria de volta a qualquer custo. Me arrastou até o carro dele e me enforcou enquanto ameaçava atirar o carro de uma ponte. Eu sabia que morreria se não procurasse ajuda. Fui até a delegacia local e consegui um mandado de segurança provisório, mas isso só deixou o Todd mais irritado, então minha única saída foi procurar a DEA. A DEA sabia que eu tinha namorado o Todd, então tinha interesse em me receber. Eu fui até lá com o Brad e confessei tudo. Disse que eu era traficante de MDMA, contei onde ficava um dos laboratórios de MDMA do Todd e disse que ele vinha me agredindo e me drogando contra a minha vontade. Acontece que outras pessoas que tinham sido drogadas pelo Todd também haviam procurado a DEA, então eles tinham elementos suficientes para abrir um inquérito. Eu disse para os agentes: “Não me importo de cumprir alguns anos de pena pelos crimes que confessei. Pelo menos nada de mais grave vai acontecer comigo ou com qualquer outra pessoa”. Foi a coisa mais difícil que eu já fiz, mas não tive escolha, o Todd ia acabar me matando ou matando alguém. Mas os agentes não fizeram nada. Dois dias depois, o Todd me ligou e disse que sabia que tínhamos procurado a DEA. Ele estava furioso, e foi por isso que me sequestrou junto com o Brad.

O que aconteceu durante o sequestro?
Começou com o Todd oferecendo ao Brad hóstias misturadas com psilocina. Não sei por que, mas o Brad aceitou. Então o Todd ofereceu a ele uma droga que supostamente ampliaria os efeitos das hóstias psicodélicas. Era um comprimido branco bem grande. O Brad tomou e ficou inconsciente por umas 12 horas. O Todd fazia isso às vezes quando não queria certas pessoas nas festas, ele as convencia de tomar uma pílula e ela ficavam inconscientes. Ele era uma espécie de titereiro farmacológico, manipulava todo mundo com diferentes substâncias químicas. Ele continuou injetando drogas psicodélicas no Brad, chutou seu pênis e perguntou a ele o que, exatamente, tínhamos dito à DEA.

Ele estava usando as drogas psicodélicas como um soro da verdade?
Sim, pelo menos era essa sua intenção. Ele injetava DMT no Brad, enquanto o interrogava e torturava psicologicamente. O Todd dizia: “Podemos ficar com ele, podemos fazer com que ele volte a confiar em nós”. E eu dizia: “Não, não podemos. Ele precisa ir pro hospital”. Ele estava injetando coisas em mim também, tiopentato de sódio, segundo ele. Eu estava morrendo de medo. Só de pensar que alguém pode usar drogas psicodélicas para fazer as coisas que ele fazia… Foi horrível. Quando acabou, o Brad teve que ser internado para se recuperar das lesões que tinha sofrido no pênis, mas eu ainda tive que ficar com o Todd durante um mês. Ele me drogou, me estuprou, me sodomizou. Fez coisas terríveis comigo.

Por onde anda o Brad?
Não sei. Não falo com ele desde então. Com o tempo ele foi se convencendo de que eu era uma satanista, e depois de algumas semanas no hospital estava dizendo coisas como: “A Krystle estava fazendo rituais satânicos com o meu corpo enquanto eu quase morria”. Acho que ele me odeia e, se algum dia tiver a chance de contar a sua versão da história, provavelmente vai dizer que eu era uma diaba adoradora de Satã que estava mancomunada com o Todd desde o início para fazer coisas horríveis com ele.

E você estava fazendo rituais satânicos com o corpo dele?
Não, eu estava fazendo respiração boca a boca! Ele tomou doses gigantescas de barbitúricos e drogas psicodélicas, então suas lembranças do fato são completamente distorcidas. Ele estava quase morrendo. Eu queria chamar a polícia, mas o Todd tinha umas seringas cheias de drogas e dizia: “Se você chamar a polícia, vou injetar isso aqui nele, e ele vai morrer antes de qualquer um chegar”. Eu fiz o que pude para tirar ele daquela situação, e o Brad só está vivo por causa disso.

Depois de ouvir todas essas histórias sobre o Todd—em que ele é retratado como um sociopata, um maníaco controlador—, eu me pergunto: como foi que você se apaixonou por ele?
Bom, no começo ele era muito legal. Ele parecia ser a pessoa mais espiritualizada do mundo. Uma viagem com ele era uma coisa diferente de qualquer outra viagem. Nos comunicávamos por telepatia. Tivemos uma experiência divina juntos. Eu acreditava do fundo do meu coração que ele era a pessoa mais perfeita do mundo, e me apaixonei completamente por ele. Depois disso, comecei a ignorar uma porção de coisas ruins que comecei a ver naqueles dois primeiros anos. Eu dizia para mim mesma que por trás de toda aquela insanidade havia uma pessoa boa. Olhando para trás, vejo que ele estava me manipulando o tempo todo. Eu era uma menina boba. Tenho traumas psicológicos terríveis por causa do que aconteceu. É por isso que o Todd vai ficar preso pro resto da vida—o que ele fez não foi legal. As drogas psicodélicas não devem ser usadas para esse tipo de coisa. Então escrevi o livro Lysergic para que as pessoas tenham cuidado ao escolher com quem vão viajar, para que ninguém cometa os mesmos erros que eu cometi. Porque, no caso do Todd, escolhi um parceiro de viagem totalmente errado.

 

Texto de  HAMILTON MORRIS para a Vice Magazine.

26/07/2011

eu amo os homens

 

Parafraseado, ou melhor, parodiando o meu delicioso poeta, Vinícius de Moraes: as santinhas que me perdoem, mas ser vagabunda é fundamental.

Não adianta dizer que eles acabam com vocês no fim do dia, porque isso não diz (e pode não ser) grande coisa. Também me recuso a ouvir aquele papinho de virgenzinha apaixonada de que o sexo é sem graça porque é feito com amor e que cair na rotina é normal em qualquer relacionamento. Isso é blá blá blá de recalcada, porque quando eles querem, se dedicam como ninguém.

O melhor de suas fodas ficam para as vadias. Aquelas gostosas que quando eles olham no espelho do teto tem a sensação de que saíram direto de um filme pornô para sua cama redonda. É a nós que os homens querem impressionar e é justamente por isso que eu amo cada um dos empenhados que surgem em minha vida.

Existem alguns tipos clássicos: os bobinhos, os que se acham, mas não fazem (sabem) muita coisa e os safados. Não importa qual deles se leve para casa, se você é vista como uma boa hedonista, todos darão tudo de si para vê-la se contorcendo na cama. Aproveite, baby, porque eles vão tentar lhe oferecer o melhor sexo oral da sua vida! Com o passar do tempo será difícil escolher quem é o número um. Eu tenho meu Top Five, aqueles a quem recorro quando preciso de um carinho especial.

Mulheres, é importante ter em mente que não se conseguirá arrancar uma boa performance de um homem se você não oferecer a ele uma bela chupada, daquelas feitas com vontade e tesão. Se forem inesperadas, melhor ainda. Qualquer cara enlouquece se você começar a acariciá-lo enquanto ele dirige, ou até mesmo dentro do cinema vazio. Vá abrindo o cinto lentamente, enquanto sussurra sacanagem no ouvido, desabotoe a calça. Não precisa ter pressa, tensão sexual é uma delícia. Comece a passar a boca e língua por cima da cueca. Aos poucos, coloque o amigo dele para fora, enquanto beija, lambe, desliza pelos lábios. Não se esqueça de usar as mãos nessas horas para bater uma enquanto chupa suas bolas. Caso você não seja muito boa nessas coisas, Sasha Grey tem vários vídeos que podem te ensinar a mandar muito bem no boquete.

No final das contas, amigas, todas nós saímos ganhando. As vagabundas têm homens  completamente dedicados ao seu (meu) gozo e as santinhas, possuem namorados, maridos, ficantes, que sabem exatamente como lhe dar prazer, só é preciso se dedicar também. Mas faça sempre bem gostoso, ok?

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12/07/2011

transando com meu reflexo

Espelho é um objeto imprescindível em qualquer quarto. Sempre discordei do feng shui, que diz que ele não pode ficar virado para a cama. Imagina, se você pode se observar enquanto transa, por que perderia a oportunidade de apreciar sua performance?

Foi em um quarto de motel barato que tive a primeira experiência lésbica comigo mesma. Parece estranho em um primeiro momento, mas vou explicar. Havia um espelho gigante que ia do chão ao teto. Entrei e dei uma bela olhada no meu vestido, na maneira como eu andava e quando o gato me juntou por trás, quis ver a minha cara de safada.

Subi na cama para ligar a TV e ver o que passava nos canais pornôs, mas o cara não queria esperar. Os beijos e amassos começaram em pé no colchão. Quando ele tirou minha meia-calça, vislumbrei a minha bunda e gostei bastante do que vi. A gravidade tem sido amável comigo. A calcinha era transparente e deixava a mostra o laço tatuado acima do cofrinho e com fitas caindo sobre as nádegas. Pensei:

-De quatro eu devo ser uma delícia.

Adoro homens e mulheres tatuadas, me excitam. Pelo espelho também via o desenho do pé, passava os olhos pelo escrito do tornozelo e subia pela panturrilha, chegando até as coxas descobertas e delineadas.

Acariciava mais a mim que ao gato. Meus dedos brincavam com as pintinhas da minha barriga, cortonavam a flor de lótus na costela, indo parar dentro da minha boca, chupados bem gostoso. Meus gemidos e movimentos me seduziam. Minhas pernas entrelaçavam a cintura do meu amigo, em pé, enquanto em subia e descia, segurando-o firme, arranhando-o nas costas com as unhas vermelhas.

Deitada, observei meu corpo estendido, ossos pélvicos saltados, cintura perfeita para encaixar as mãos. Era lindo como me contorcia, rebolava, respirava alto, ofegante. Meus seios, mesmo não sendo dos mais fartos, estavam com os bicos excitados. Sua pele lisa e macia, os dedos molhados deslizavam por eles lentamente, apreciando cada poro daquela delícia, passando pela barriga e parando sobre o clitóris, demoradamente.

Era hora de me ver melhor, o tesão já estava me provocando descargas elétricas nas pernas. Sentada em cima dele, de costas, comecei a subir e descer enquanto me estimulava. Conforme a intensidade do rebolado aumentava, eu sentia o gozo chegando. Eu queria me dar mais e mais prazer e ia gozar pensando em mim.

Você encontra esse texto no site Nego Dito com uma ilustração exclusiva de Thany Sanches.